Um dia de festa no município para os católicos do nordeste paraense, com a presença de autoridades laicas e religiosas
"O papa está em festa", afirmou o cardeal Giovanni Battista Re, representante de Bento XVI na cerimônia de dedicação da catedral de Santa Maria Mãe de Deus, sede da diocese de Castanhal, que comemorou seis anos com uma liturgia solene celebrada a partir das 8h de ontem. Foram quatro horas de emoção e manifestação de fé para os católicos do nordeste paraense. Emocionado, o bispo da diocese de Castanhal, dom Carlos Verzeletti, disse que catedral é "para a Igreja vivente que está em Castanhal, lugar de santificação e sacramento da unidade em Cristo. Os fiéis que nela entrarem sejam firmemente unidos na fé, vigorosamente coesos na esperança e amorosamente enlaçados na caridade, como povo de Deus, verdadeiro e santo."
O cardeal Giovanni Re referiu-se ao templo como "morada de Deus entre os homens" e dedicou a catedral de Castanhal à honra de Santa Maria Mãe de Deus. O representante do papa fez uma referência especial ao altar-mor trazido da Itália, "pedra preciosa e escolhida, sinal de Cristo, mesa do convívio festivo". Ele frisou que a catedral e o altar-mor foram edificados conforme as normas do Concílio do Vaticano II e destinou-os perenemente ao culto divino "para que os que deles se aproximem recebam graça, vida e salvação".
Mais de quatro mil pessoas participaram do maior evento religioso já realizado no nordeste paraense, entre os quais autoridades civis, como o governador Simão Jatene, o prefeito de Castanhal, Hélio Leite, e o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Manoel Pioneiro, bem como o representante do papa Bento XVI, cardeal Giovanni Re; o núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri; o bispo emérito de Belém, dom Vicente Zico, e todos os bispos da Regional II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), presbíteros, diáconos, seminaristas, religiosas e centenas de fiéis das 31 paróquias da diocese, em 25 municípios.
Nascido em Castanhal, o governador Simão Jatene congratulou-se com os católicos. "Estamos todos de parabéns, Castanhal, a região da diocese, o Pará, toda a comunidade católica do mundo. Mais do que qualquer coisa, isto aqui (a catedral) é um espaço de esperança e fé, de resgate de valores, um momento que tem a ver com a história e o futuro de Castanhal. E estou muito feliz, principalmente porque é em Castanhal, cidade do meu coração, da minha gente", afirmou Jatene, enquanto abraçava amigos, religiosos, pessoas de longa convivência.
Os ritos de dedicação da catedral, considerada "sinal da Igreja Santa, Católica e Apostólica", foram dirigidos pelo representante do papa, o cardeal Giovanni Re. Diretor das obras, Carlos Alberto Caxias dos Santos entregou ao cardeal a catedral, e este, por sua vez, a entregou a dom Carlos. "Entrai pelas portas do Senhor, dando graças, e nos seus átrios com hinos de louvor", disse o cardeal Re, dando o sinal para que se abrisse a imensa porta de bronze por onde os religiosos entraram para a solenidade litúrgica.
Dom Zico articulou título com a Santa Sé
Houve, então, a bênção da água e a aspersão, a liturgia da Palavra, a deposição das relíquias e a prece da dedicação. Seguiu-se a unção do altar e das paredes da catedral, a incensação do altar e da igreja e o canto das ofertas, quando fiéis depositaram no altar toalhas de linho, imagem de Santa Maria Mãe de Deus, flores, um cálice datado de 1.700 e a bênção da capela do Santíssimo e do Memorial. Orações e cânticos encerraram a solenidade.
Bispo emérito de Belém, dom Zico articulou, junto à Santa Sé, a criação de uma nova diocese na Amazônia, em Castanhal, e disse que a permissão de João Paulo II o surpreendeu - "mais rápido do que esperava". Dom Carlos disse que "o desafio nunca termina". "A igreja de pedra deve servir como um incentivo para que as pessoas sejam uma família que se quer bem, sem exclusão, que todos se sintam acolhidos e bem amados".
Ao final da solenidade, centenas de fiéis passaram mais de duas horas conhecendo os espaços da catedral, como a cripta eterna, a área de celebrações com capacidade para mais de 1.200 pessoas; a Casa dos Irmãos, apartamentos para hospedagem de padres, secretarias pastorais, bibliotecas, a exposição dos anos de construção da catedral, a praça dos Doze Apóstolos, a sala da Caridade, que atenderá os mais necessitados, jardins e as obras de arte - painéis e mosaicos pintados por artistas italianos e paraenses, inclusive a cruz do altar, com mais de quatro metros de altura, pintada por dom Carlos; a torre dos sinos e a porta de bronze de três toneladas.
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